TEIAS

As aranhas são invertebrados da família dos aracnídeos e, ao contrário da crença popular, não são insectos - estes últimos só pediram Mãe -Natureza três pares de patas enquanto as aranhas exigiram mais um par para ajudar na lida da casa. Aliás, as verdadeiras heroínas desta crónica não são propriamente as aranhas mas as suas complexas casas - as teias.
Umas das imagens mais bonitas numa manhã orvalhada de Outono é uma teia de aranha, suspensa por fios invisíveis e salpicada de gotas cintilantes. É delicada, frágil, perfeita... e letal. O que parece uma inofensiva obra de arte não é mais do que um exemplo das mais sofisticadas armadilhas do Reino Animal. A mais impressionante é capaz de ser aquela que é construída por espécies do género Nephila. Esta aranha, com não mais de dois centímetros e meio, gasta mais de 300 metros de fio para montar uma autêntica rede de dois metros de diâmetro. (...) Para além das vitimas normais como borboletas e outros insectos, mesmo algumas aves acabam os seus dias presas na teia.

A teia clássica, mais comedida , é construída da seguinte maneira: uns fios ligam os ramos que irão suportar a estrutura. A partir dessa molduras uma espécie de raios partem do centro. São estes últimos que recebem os círculos concêntricos, montados do centro par o exterior. Uma teia normal, com cerca de 25 centímetros de diâmetro, pode pedir mais de 35 metros de fio. Uma vez construída, a dona da casa descansa num canto mantendo sempre uma pata em contacto com um ou vários raios. Assim, logo que sentir a mínima vibração, sai disparada em direcção ao intruso para, com uma certeira dentada atrás da cabeça, o paralisar e assim evitar estragos maiores na rede ou fuga do pobre visitante. De seguida envolve o almoço num bonito pacote feito com os mesmo material da teia para que, quando a fome apertar, só precisar de o desembrulhar.

As teias podem ser reparadas quando os danos começam a ser notórios, ou construídas de raiz todos os dias. As escolha depende da espécie.

Adaptado_Notícias Magazine _ 26.Out.2003_Tomás de Montemor

Sem comentários: