“Surpreendentemente próximo do litoral, e da área metropolitana do Porto, este território foi durante muitos anos uma espécie de bolsa onde o tempo teimava em não avançar. Os poucos visitantes que vinham a Arouca, quase sempre para piqueniques de fim-de-semana ou em busca das famosas “pedras parideiras” – os pequenos e brilhantes nódulos de biotite (mica preta) que se desprendem “misteriosamente” de um afloramento granítico (…)
Entre nós, é raro que uma região se afirme popularmente por um fenómeno geológico, mas aqui, mesmo ao lado da aldeia de Castanheira, o garimpo das “parideiras” sempre foi um passatempo levado muito a sério. Alguns acreditavam que a colocação destas pedras sob o travesseiro ajudaria à fertilidade das mulheres, outros viam-nas simplesmente como troféus. Embora estes discos possam ter sido objecto de uma sacralização, já no segundo milénio antes de Cristo, como sugere o exemplar encontrado durante as escavações de um túmulo megalítico, em pleno planalto da Freita, não consta que esta forma de biotite tenha propriedades especiais que não sejam a sua própria raridade e o facto de se libertar da rocha-mãe por um simples processo de erosão. Para que os geólogos, trata-se, sim, de um fenómeno ímpar – único no mundo, que se saiba – que merece ser protegido e divulgado como argumento para que região venha a integrar a Rede Europeia de Geoparques."
Entre nós, é raro que uma região se afirme popularmente por um fenómeno geológico, mas aqui, mesmo ao lado da aldeia de Castanheira, o garimpo das “parideiras” sempre foi um passatempo levado muito a sério. Alguns acreditavam que a colocação destas pedras sob o travesseiro ajudaria à fertilidade das mulheres, outros viam-nas simplesmente como troféus. Embora estes discos possam ter sido objecto de uma sacralização, já no segundo milénio antes de Cristo, como sugere o exemplar encontrado durante as escavações de um túmulo megalítico, em pleno planalto da Freita, não consta que esta forma de biotite tenha propriedades especiais que não sejam a sua própria raridade e o facto de se libertar da rocha-mãe por um simples processo de erosão. Para que os geólogos, trata-se, sim, de um fenómeno ímpar – único no mundo, que se saiba – que merece ser protegido e divulgado como argumento para que região venha a integrar a Rede Europeia de Geoparques."
Informação recolhida pelo aluno Luís André Rosas (n.º 21, 7ºC)
Revista National Geographic, Julho de 2008
Texto e Fotos de António Sá
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