Oficina Fornos Solares






















A convite do Gabinete do Ambiente da Câmara Municipal de Barcelos e em parceria com o núcleo da Quercus de Braga, a turma do 12ºH participou na Oficina – Construção de Fornos Solares, no dia 13 de Abril. Esta oficina tinha como objectivo dar a conhecer aos alunos, como a partir de materiais comuns é possivel construir um forno solar.

A Quercus promoveu uma sessão de esclarecimento sobre a importância de recorrer a fontes de energia renováveis e posteriormente exemplificou através da construção e apresentação de um forno solar construído por uma empresa, demonstrando assim a viabilidade destes equipamentos.

No fim da actividade e para comprovar a eficácia dos fornos solares a turma teve a oportunidade de se deliciar com uma refeição que foi cozinhada durante Oficina.

A Equipa do Clube Ciência em Movimento

Mundo Rural e Educação Ambiental


A convite do Parque Natural do Litoral Norte três alunos do Curso de Turismo Ambiental e Rural apresentaram no I seminário de Educação ambiental, no dia 4 de Junho, no Auditório da Câmara Municipal de Esposende, os seus projectos no âmbito da PAP (prova de Aptidão Profissional). Estes projectos têm em comum a valorização dos recursos naturais, como uma aposta para o sector turístico, mas tendo como base uma gestão sustentável do património biológico e geológico.

"O projecto, “Brincadeiras na Quinta: Educação Ambiental”, tem como principal objectivo a consciencialização para a protecção e preservação do meio ambiente de todos os recursos que estão à disposição no mundo rural, nomeadamente os seres vivos que nele habitam. Como futuro técnico de Turismo Ambiental e Rural considero que espaços como as quintas pedagógicas ou em espaço rural são locais privilegiados para desenvolver boas práticas ambientais, sensibilizando as novas gerações para a importância de adquirirem comportamentos mais amigos do ambiente.

Neste contexto surge a ideia de criar uma empresa de animação capaz de desenvolver actividades lúdicas e recreativas vocacionadas para a protecção e preservação do meio ambiente. Estas actividades seriam desenvolvidas por técnicos especializados com formação em educação ambiental, que inicialmente fariam o reconhecimento dos locais a aplicar as actividades e assim proceder a um correcto planeamento das mesmas. Como forma de promoção do projecto foi elaborado um “Kit de Actividades” que contém uma enorme diversidade de jogos e propostas de oficinas que valorizam as boas práticas ambientais.

Os recursos biológicos do mundo rural devem ser entendidos como recursos com enorme potencial a ser valorizado e dinamizado, que podem permitir a criação de empregos, a fixação dos jovens, mas desde que seja feito de modo sustentável, para que as gerações vindouras tenham, por exemplo, a possibilidade de conhecer as algumas das raças autóctones que se encontram em vias de extinção."

Marco Figueiredo - Curso de Turismo Ambiental e Rural

Ciclo de Formação 2008/11

Pedestreanismo versus Educação Ambiental


Resumo da participação dos alunos do Curso de Turismo Ambiental e Rural no I Seminário de Educação Ambiental, organizado pelo Parque Natural do Litoral Norte, no dia 4 de Junho, em Esposende.

"A Sociedade actual começa a ter consciência da importância de mudar comportamentos e de ter hábitos de vida mais saudáveis, pelo que a procurar de actividades como o pedestreanismo é cada vez mais valorizada.

Segunda a legislação o pedestreanismo é a actividade de percorrer distâncias a pé, na natureza, em que aspectos como o património natural e cultural são potenciados através de caminhos bem definidos, sinalizados com marcas e códigos internacionalmente aceites.

Nos últimos tempos tem-se assistido a uma procura cada vez mais acentuada não só da pratica desta actividade, mas que esta seja também acompanhada de serviços que visem a interpretação ambiental do percurso efectuado, pois o turista quer conhecer as espécies locais da flora e fauna da região que visitam.

É neste contexto que os futuros técnicos de Turismo Ambiental e Rural podem desenvolver a sua actividade profissional, mas esta deve ser desenvolvida de forma consciente para promover a sustentabilidade dos recursos naturais existentes, como por exemplo, a paisagem, a fauna e a flora. Estes profissionais ao longo da sua formação adquirem conhecimentos técnicos que lhes permitem valorizar o património natural e cultural, através da realização de actividades que promovem não só a pratica de exercício físico, mas principalmente visam a educação ambiental.

A realização de percursos pedestres é também um modo informal de aprender boas práticas ambientais, que visam sensibilizar a população em geral para a valorização e preservação do meio natural. O turista ao longo dos percursos é estimulado, não só a observar a paisagem, como a respeitar e identificar as espécies animais e vegetais, através da realização de pequenas actividades, como por exemplo a consulta de guias de campo e o birdwactng.

Alguns dos projectos desenvolvidos pelos alunos finalistas do Curso de Turismo ambiental e Rural, são bons exemplos de como é possível valorizar os recursos naturais existentes no concelho que residem, potenciando-os de forma consciente e sustentável.

Estes projectos intitulam-se “Valorização das Margens do Rio Cávado – jogar com o ambiente e a história”, e “Percursos Pedestres: Vila Seca… A Outra Face – Trilho da Fonte de Vila Nova e do Monte Vilar”.

No caso do primeiro projecto a mancha de vegetação ripícola nas margens do Rio Cávado na entrada da Cidade de Barcelos é “palco” para a promoção de várias actividades de educação ambiental e no segundo projecto foi escolhida a paisagem natural e rural da freguesia de Vila Seca, para a prática do pedestreanismo acompanhado com a interpretação ambiental dos percursos realizados."

Fábio Sobral e Luís Araújo

Curso de Turismo Ambiental e Rural - Ciclo de Formação 2008/2011

A BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA DA FLORESTA PORTUGUESA


No dia cinco de Maio tivemos a honra de ter connosco o Prof. Dr. Jorge Paiva, eminente biólogo e fitotaxonomista. Numa palestra subordinada ao tema “ A Biodiversidade e a História da Floresta Portuguesa”, organizada pelos alunos do Curso Profissional de Técnico de Turismo Ambiental e Rural, o Professor alertou alunos e professores para os perigos e consequências da perda de biodiversidade que, infelizmente, se vem acentuando no nosso país. Depois de ter feito uma clara resenha histórica da evolução da floresta portuguesa, apresentou imagens preocupantes da delapidação de espécies endémicas importantes ao equilíbrio ecológico e explicou que o seu desaparecimento vai trazer graves prejuízos para a gerações futuras. Afirmou que em meados deste século, a vida das próximas gerações poderá estar seriamente ameaçada se não se inverter o rumo que os nossos políticos têm dado à sua preservação. Esta preocupação prende-se com nefasta substituição da enorme faixa de pinhal, pelos eucaliptais (ecossistemas antrópicos de muito menor biodiversidade do que os pinhais). Esclareceu que: “Com os incêndios e pela acção do homem, parte das nossas montanhas e algumas zonas ribatejanas e alentejanas estão já transformadas em imensos eucaliptais (Portugal tem, actualmente, a maior área de eucaliptal da Europa) e acaciais, estando já algumas montanhas transformadas em zonas desérticas, plenas de rochas. ” Acrescentou que: “Se os nossos governantes continuarem, teimosamente, a não querer ver o que está a acontecer, caminharemos para uma diminuição drástica de Biodiversidade florestal e rapidamente para um amplo deserto de pedras montanhoso, com a planície e o litoral transformado num imenso acacial, como, aliás já acontece em muitas regiões de Portugal.”

Foi uma sábia, viva, pertinente e pedagógica lição numa altura em que se assinala o Ano Internacional das Florestas. Obrigada Professor!

Professora Helena Trigueiros


Artigo de Opinião do Professor Jorge Paiva
(elaborado para a Conferência realizada para a Escola Sec./3 Barcelinhos)

A BIODIVERSIDADE E A HISTÓRIA

DA

FLORESTA PORTUGUESA

Jorge Paiva

(Biólogo)

Centro de Ecologia Funcional. Universidade de Coimbra

Contam-se e aprendem-se muitas histórias durante a nossa vida. Na infância são histórias muito variadas para entretenimento ou para uma melhor integração das crianças no meio em que vivem. Nos estabelecimentos de ensino aprende-se a história do nosso país, a história universal, um pouco de história da literatura, da poesia, das ciências, das religiões, etc., mas nada sobre a história da nossa floresta.

Durante as grandes mudanças climáticas pleistocénicas, com avanços e recuos dos gelos continentais (glaciações), o nosso território esteve coberto de florestas diferentes das actuais.

Portugal Continental e Regiões Autónomas, antes das glaciações, tinha, pelo menos as montanhas, cobertas de florestas sempre-verdes (laurisilva) e durante a última glaciação, aparte continental, teve uma cobertura florestal semelhante à actual taiga, que foi naturalmente substituída por florestas mistas (fagosilva) de árvores sempre-verdes e caducifólias, transformando Portugal Continental praticamente num imenso carvalhal caducifólio (alvarinho, e negral) a norte do Tejo e perenifólio (azinheira e sobreiro) para sul. Por destruição dessas florestas as nossas montanhas continentais passaram a estar predominantemente cobertas por matos de urzes, giestas, tojos, torgas e carqueja. Principalmente, a partir do século XIX, foram artificialmente rearborizadas com pinheiro-bravo, o que as transformou em imensos pinhais. Tivemos, assim, a maior área contínua de pinhal da Europa. Este tipo de floresta de produção mono-específico (apenas uma espécie arbórea; o pinheiro-bravo) é de muito menor Biodiversidade do que a fagosilva. Durante a segunda metade do século passado (XX) houve um enorme aumente deste tipo de floresta mono-específica, mas com eucalipto. Os eucaliptais são ecossistemas antrópicos de muito menor Biodiversidade do que os pinhais.

Com os incêndios e pela acção do homem, parte das nossas montanhas e algumas zonas ribatejanas e alentejanas estão já transformadas em imensos eucaliptais (Portugal tem, actualmente, a maior área de eucaliptal da Europa) e acaciais, estando já algumas montanhas transformadas em zonas desérticas, plenas de pedregulhos.

Se os nossos governantes continuarem, teimosamente, a não querer ver o que está a acontecer, caminharemos para uma diminuição drástica de Biodiversidade florestal e rapidamente para um amplo deserto de pedras montanhoso, com a planície e o litoral transformado num imenso acacial, como, aliás já acontece em muitas regiões de Portugal.